Licenciamento ambiental em 2026: impactos após a derrubada dos vetos
A partir de 2026, entram em vigor os efeitos práticos da derrubada de 52 vetos à Lei Geral do Licenciamento Ambiental. Entenda o que muda no licenciamento ambiental em 2026 para obras, indústrias, agronegócio, saneamento e municípios. Saiba riscos, oportunidades e como se adequar
Eng Tiago Andre
11/28/20253 min read


Licenciamento ambiental em 2026: o que muda após a derrubada dos vetos
A derrubada de 52 vetos à Lei Geral do Licenciamento Ambiental pelo Congresso, no final de 2025, redefine o cenário regulatório a partir de 2026.
Se 2025 foi o ano da decisão política, 2026 será o ano da aplicação prática, com ajustes em estados, municípios, procedimentos internos e fluxos de análise por parte dos órgãos ambientais.
A seguir, a análise completa e técnica da Âmbito Ambiental.
Principais alterações que passam a valer em 2026
1. LAC (Licença por Adesão e Compromisso) ampliada
Em 2026, a LAC será amplamente utilizada por estados e municípios. Ela se aplica a atividades de pequeno e médio porte e de baixo ou médio potencial poluidor. Também pode ser usada para regularizar atividades em operação sem licença.
A LAC é autodeclaratória, o que aumenta a responsabilidade técnica do empreendedor. Estados estão atualizando suas tipologias para enquadrar mais atividades nesta modalidade.
2. Atividades dispensadas de licenciamento
A partir de 2026, ficam dispensadas de licença:
manutenção de rodovias e infraestrutura existente
melhorias em redes de energia e gasodutos
saneamento básico até a universalização
atividades rurais em imóveis com CAR pendente
O principal risco é considerar “manutenção” o que tecnicamente é “ampliação”, gerando autuações posteriores.
3. Autonomia dos estados para definir regras
Estados poderão definir porte, potencial poluidor e tipologias que exigem ou não licenciamento. Isso cria um cenário desigual, com regiões mais rígidas e outras mais permissivas.
4. Flexibilização na Mata Atlântica
Estados e municípios passam a decidir sobre supressão de vegetação primária e secundária. É um dos temas mais sensíveis, com forte chance de judicialização em 2026, especialmente pelo MPF.
5. Consulta indígena e quilombola com novas regras
A consulta será obrigatória apenas para terras homologadas ou áreas já tituladas. Pareceres deixam de ser vinculantes e atrasos não impedem o licenciamento.
Isso gera insegurança em áreas em processo de demarcação e pode resultar em judicialização.
6. Novo poder para o órgão licenciador
O órgão licenciador pode anular multas aplicadas por outro órgão ambiental, caso conclua que não houve infração.
Esse dispositivo deve gerar conflitos entre órgãos estaduais, federais e municipais ao longo de 2026.
7. Licença Ambiental Especial (LAE) será definida em 2026
A decisão final sobre a LAE — se será trifásica ou monofásica — deve ocorrer no primeiro trimestre de 2026, quando o Congresso votará a MP 1.308/2025.
Esse será um dos temas centrais do ano.
Impactos para cada setor em 2026
Obras e infraestrutura
expansão do uso da LAC
dispensa de licença em manutenção
risco em obras antigas tentando se reclassificar como “manutenção”
Indústrias e empreendimentos
nova classificação por porte e potencial poluidor
condicionantes mais objetivas
maior responsabilidade técnica na autodeclaração
Agronegócio
CAR pendente dispensa licenciamento
necessidade de revisar registros para evitar passivos
atenção redobrada em áreas de conflito fundiário
Saneamento e energia
dispensa temporária acelera projetos
riscos aumentam em sistemas de maior impacto
necessidade de plano robusto de operação
Municípios e estados
aumento do protagonismo e responsabilidade
exigência de criação de novas listas de tipologia
pressão por mais fiscais e capacidade técnica
Riscos jurídicos em 2026
Os pontos mais vulneráveis são:
flexibilização na Mata Atlântica
limitação da consulta indígena
uso da LAC em atividades de médio impacto
dispensa com CAR pendente
conflitos entre órgãos com anulação de multas
definição final da LAE
Todos têm grande potencial de judicialização.
Checklist: como se preparar para 2026
atualizar regras estaduais e municipais do licenciamento
revisar o enquadramento técnico do empreendimento
preparar documentação robusta para LAC
revisar CAR, georreferenciamento e informações fundiárias
registrar todas as comunicações ambientais formais
acompanhar definição final da LAE
criar matriz de conformidade ambiental 2026
reforçar segurança jurídica em áreas sensíveis
Conclusão
2026 será um ano de consolidação, ajustes e conflitos regulatórios.
A simplificação do licenciamento não reduz responsabilidade: apenas muda a forma de demostrar conformidade.
Empresas que adotarem documentação técnica forte, responsabilidade ambiental e rastreabilidade terão segurança. As demais vão enfrentar riscos reais de autuação, judicialização e embargos.
A Âmbito Ambiental reforça: compliance técnico será o diferencial competitivo de 2026.
FAQ — Licenciamento Ambiental 2026
Minha obra ainda precisa de licenciamento?
Sim, exceto manutenção e melhorias de infraestrutura.
A LAC será amplamente usada em 2026?
Sim, inclusive para regularização ambiental.
CAR pendente dispensa licença?
Sim, mas se estiver irregular, há risco de multa.
Parecer da Funai ainda vale?
É obrigatório, mas não vinculante.
Saneamento precisa de licença?
Até a universalização, a atividade está dispensada.
Multas podem ser anuladas pelo órgão licenciador?
Sim, mas com justificativa formal.
Haverá ações no STF?
Muito provável, especialmente sobre Mata Atlântica e consulta indígena.
Qual é o maior risco de 2026?
Autodeclarações equivocadas na LAC e CAR inconsistente.
Precisa adequar seu empreendimento às novas regras de licenciamento 2026?
A Âmbito Ambiental executa diagnósticos, enquadramentos, regularizações, pareceres técnicos e defesa administrativa para empresas, obras, indústrias, agronegócio e prefeituras.
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