Regularização Fundiária:
A Regularização Fundiária garante segurança jurídica, acesso a serviços e valorização imobiliária. Entenda como funciona o processo, quais documentos são necessários, quem pode solicitar, os tipos de REURB e como legalizar áreas urbanas com eficiência e sem riscos em 2026.
Tiago Andre
11/20/20254 min read


Introdução
No Brasil, milhões de famílias vivem em imóveis sem escritura, em bairros que surgiram ao longo do tempo, mas nunca foram reconhecidos formalmente pelo poder público. Isso significa falta de segurança jurídica, dificuldade de acessar serviços públicos, impossibilidade de financiamento e risco constante de conflitos.
A solução para tudo isso tem nome: regularização fundiária.
Mais do que um processo burocrático, ela é uma ferramenta de cidadania, inclusão social e desenvolvimento urbano. Legalizar a terra é garantir dignidade, pertencimento e futuro para quem sempre viveu à margem da cidade formal.
Neste guia definitivo, você vai entender:
o que é regularização fundiária (urbana e rural);
como funcionam a REURB-S e REURB-E;
quais são os benefícios reais para a população;
qual é o papel dos municípios, cartórios, Defensorias e órgãos públicos;
como funciona o passo a passo técnico (simplificado e sem juridiquês).
Vamos direto ao ponto.
O que é Regularização Fundiária
Explicação
Regularização fundiária é o conjunto de ações jurídicas, urbanísticas, ambientais, sociais e técnicas destinadas a integrar assentamentos irregulares ao ordenamento legal das cidades.
Em termos simples: é o processo que transforma moradias “informais” em imóveis legalizados, com matrícula registrada em cartório.
Esse processo trata dois tipos de irregularidade:
A. Irregularidade dominial
Quando a posse não possui título válido — seja em áreas públicas ou privadas.
B. Irregularidade urbanística e ambiental
Quando o loteamento, parcelamento ou ocupação não segue as normas urbanísticas, ambientais ou não possui licenciamento.
Aplicações práticas
A regularização:
garante o direito à moradia;
gera segurança jurídica;
leva infraestrutura, serviços e políticas públicas;
reduz conflitos fundiários;
valoriza o imóvel;
integra bairros inteiros ao mapa oficial da cidade.
É cidadania na prática.
Benefícios para a População de Baixa Renda
Explicação
A regularização fundiária é especialmente transformadora para famílias de baixa renda.
Ela coloca fim ao ciclo de insegurança: “E se um dia alguém disser que essa casa não é minha?”.
Leis como:
Lei 11.977/2009
Lei 13.465/2017
Decreto 9.310/2018
Programas como PNRA e Terra Legal
foram criadas justamente para facilitar o acesso dessas famílias ao título de propriedade.
Exemplos reais
A Prefeitura de São Paulo é um modelo conhecido:
entre 2021 e 2024, a meta é beneficiar 220 mil famílias.
Até outubro de 2023, mais de 60 mil já haviam recebido suas matrículas — e outras 160 mil estão deixando de pagar permissão de uso e se tornando proprietárias.
Isso muda tudo:
acesso a financiamento,
direito de transmitir o imóvel aos filhos,
possibilidade de regularizar reformas,
valorização imediata da casa.
Aplicações práticas
Regularização para baixa renda envolve:
isenção de taxas;
apoio técnico e jurídico;
assistência social;
participação comunitária;
integração com políticas de habitação, saneamento, mobilidade e meio ambiente.
É um processo de legalização, mas também de inclusão social.
REURB-S e REURB-E: as modalidades da regularização urbana
Detalhamento das modalidades
A Lei 13.465/2017 trouxe um novo marco legal e criou duas modalidades de regularização fundiária urbana:
REURB-S – Regularização de Interesse Social
Voltada para famílias de baixa renda.
Características:
Isenção de taxas e emolumentos
Pode envolver imóveis públicos e privados
Apoio integral do poder público
Participação de órgãos municipais, estaduais e federais
Instrumentos como legitimação fundiária e doação de áreas públicas
Acompanhamento social e jurídico
Essa modalidade é a espinha dorsal da regularização em áreas vulneráveis.
REURB-E – Regularização de Interesse Específico
Para moradores com capacidade econômica, não classificados como baixa renda.
Características:
Sem isenções de taxas
Pode ser conduzida por iniciativa privada
Aplicável em condomínios antigos, loteamentos irregulares e áreas consolidadas
Exige adequação urbanística e ambiental conforme as regras municipais
É muito usada para regularizar bairros antigos e condomínios que nunca concluíram o processo de registro.
Como os municípios e órgãos públicos atuam na regularização
Comparações, erros comuns e benefícios
A regularização só acontece com a integração de diversos setores:
Prefeituras, Cartórios, Ministério Público, Defensoria, empresas de topografia, equipes jurídicas, técnicos ambientais, concessionárias e moradores.
Erros comuns que travam o processo
Não mapear corretamente a área e as famílias envolvidas
Falta de integração entre equipes técnicas
Documentações inconsistentes ou desatualizadas
Ausência de participação comunitária
Ausência de articulação com cartórios e órgãos ambientais
Exemplo prático
Em Juiz de Fora, o programa Título Legal, executado pela EMCASA, mostra como a articulação pode funcionar bem:
são realizados levantamentos topográficos, diagnósticos sociais, projetos urbanísticos e mediação com moradores, agilizando todo o processo.
Benefícios diretos da regularização integrada
Segurança jurídica definitiva
Melhor planejamento urbano
Infraestrutura adequada
Acesso a políticas públicas
Valorização do território
Redução de conflitos judiciais
Quando a cidade funciona de forma integrada, o morador deixa de ser “posseiro” para ser proprietário de fato e de direito.
Conclusão
A regularização fundiária não é apenas sobre escrituras — é sobre transformar vidas.
É o que permite que comunidades deixem de existir “no invisível” e passem a ser parte legítima, planejada e reconhecida da cidade.
Quando um bairro é regularizado:
famílias ganham estabilidade,
a cidade ganha organização,
o poder público ganha previsibilidade,
e a sociedade ganha justiça social.
Regularizar é incluir.
Regularizar é proteger.
Regularizar é construir futuro.
FAQ – Perguntas Frequentes
1. Regularização é a mesma coisa que usucapião?
Não. A regularização trata áreas inteiras; a usucapião é individual ou coletiva.
2. Quem pode solicitar a REURB?
Municípios, União, Estados, moradores, associações, cooperativas e entidades da sociedade civil.
3. A regularização sempre gera propriedade plena?
Depende do caso. Pode gerar posse legítima, concessão de uso ou escritura definitiva.
4. Quanto tempo dura o processo?
Varia conforme o tamanho do núcleo, área, estudos técnicos e articulação entre órgãos.
5. Baixa renda paga algo?
Na REURB-S, a regra geral é isenção de taxas e emolumentos.
6. Por que “quem não registra, não é dono”?
Porque somente o registro gera propriedade legal reconhecida pelo cartório.
7. Regularização rural funciona igual à urbana?
Não. Tem regras próprias, ligada à estrutura fundiária, reforma agrária e titulação específica.
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